Azul poderá fazer parceria com a United Continental Airlines



A busca da Azul SA por uma aliança com uma empresa aérea estrangeira para atrair mais passageiros faz da UnitedContinental Holdings Inc. a melhor candidata, segundo analistas da Raymond James e da Imperial Capital.

“É uma boa ideia que faz muito sentido para os dois lados”, disse Savanthi Syth, analista da Raymond James Financial Inc. em St. Petersburg, na Flórida. “Há uma lista de oportunidades”.

A Azul e a United, que tem sede em Chicago, atualmente mantêm um acordo para que a terceira maior empresa aérea do Brasil ofereça conexões de voos em seu mercado doméstico e para que os passageiros da United participem do programa de milhas da Azul. Diferentemente das rivais brasileiras da Azul, as empresas não possuem laços mais fortes no exterior para impulsionar o tráfego, oferecer mais destinos, compartilhar receitas e reduzir custos.

“O mundo da aviação comercial está se globalizando”, disse Gianfranco Beting, diretor de marca, produto e comunicação da Azul. “Alianças estão sempre sendo buscadas, assinadas e construídas e a Azul está nesse jogo. Eu não nego que a Azul tenha conversado com a United”.

O fechamento de algum tipo de acordo, seja uma parceria comercial, seja a compra de uma participação acionária, seria “um passo natural” para a Azul, disse Beting, sem dar mais detalhes de seus contatos com possíveis parceiros.

Mary Clark, uma porta-voz da United, não quis comentar qualquer possível parceria no Brasil. Segunda maior empresa aérea do mundo, a United está revendo oportunidades de parceria com a Avianca Brasil, disse ela.




IPO adiado

Se a United fechar um acordo para ficar com uma participação na Azul, isso poderia ajudar a empresa aérea com sede em Barueri, Brasil, a pagar algumas das firmas de private-equity que investiram na empresa quando ela começou a operar, em 2008, disse Syth.

A Azul adiou por três vezes a realização de uma oferta pública inicial e está aguardando a liberação planejada de subsídios do governo brasileiro para voos regionais.

A Azul, criada pelo fundador da JetBlue Airways Corp., David Neeleman, é a única operadora brasileira que não pertence a uma aliança internacional de empresas aéreas, nem se beneficia de uma parceria mais ampla com alguma empresa aérea dos EUA.

Esses grupos internacionais oferecem benefícios maiores do que o acordo atual entre United e Azul, incluindo a compra conjunta de combustível e a combinação de atividades, como assistência em terra e compartilhamento de salas executivas.

A American Airlines está ligada à Latam Airlines Group SA, controladora da TAM, pela aliança Oneworld, enquanto a Delta tem 2,9 por cento de participação na Gol Linhas Aéreas Inteligentes SA. A Avianca Brasil está ingressando na Star Alliance, que também inclui a United.

Mais atrativos

“O Brasil é, provavelmente, um dos países mais atrativos em termos de companhias aéreas para conectividade”, disse Bernardo Velez, analista da corretora Corporativo GBM SAB na Cidade do México.

Velez vê a recente aquisição de novos aviões pela Azul como um sinal de que a empresa poderá ampliar suas ofertas internacionais e combiná-las com uma empresa aérea americana com uma conectividade forte.

Uma aliança com a JetBlue também faria sentido por causa do “relacionamento próximo” das equipes de gestão, disse ele.



A United também poderia tirar proveito de um maior acesso aos passageiros brasileiros, disse Syth. A empresa obtém menos de metade da receita levantada na América Latina pela American, que registra as maiores vendas na região entre as aéreas dos EUA, segundo dados compilados pela Bloomberg.

“A United está, provavelmente, em busca de uma presença maior na América do Sul”, disse Bob McAdoo, analista da Imperial Capital LLC, em Los Angeles, EUA.

“Veja o número de lugares que voam sem escala a Viracopos -- um voo da United para lá poderia atender um grande número de destinos”.

O aeroporto de Viracopos, em Campinas, a cerca de 93 quilômetros da cidade de São Paulo, hub da Azul, serve 50 destinos com voos diretos.

A United vem acelerando seu crescimento na América Latina.

A capacidade de assentos da empresa na América Latina cresceu 11 por cento no primeiro trimestre em relação a um ano antes, segundo o relatório mais recente da empresa.

A maior parte desse aumento é atribuída aos novos voos para a Cidade do Panamá e para Santiago, bem como mercados latino-americanos com praias, disse Clark, a porta-voz.

Fonte: EXame.com

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