GOL afirma que não ira reverter demissões dos 850 funcionários da WebJet


O presidente da Gol, Paulo Sérgio Kakinoff, disse nesta quarta-feira, 28, que a empresa não voltará atrás na decisão de desligar os 850 funcionários que trabalhavam para a Webjet. A Webjet foi comprada pela Gol há um ano e, na última sexta- feira, foram anunciados o fim da marca e a demissão desses trabalhadores. "Não há possibilidade de revertermos as demissões", disse Kakinoff, ao sair de um encontro com o ministro
da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt, e com o diretor presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys.

De acordo com ele, as demissões estão ligadas à decisão de não usar mais os aviões da companhia Webjet, que tinham idade média de 21 anos e que, por isso, representavam alto custo para a companhia. De acordo com ele, a idade média dos aviões da Gol é de seis anos. O presidente salientou que a decisão foi de absorver os profissionais da Webjet que atuam nos aeroportos até porque eles serão necessários para incorporação dos voos daquela companhia, que agora passarão a ser feitos pela Gol.

Kakinoff relatou que a reunião com representantes do governo foi dividida em duas partes. A primeira delas foi explicar o motivo do encerramento da marca Webjet. Essa atitude foi tomada, de acordo com ele, por uma combinação de fatores e os pontos em dúvida do governo foram esclarecidos.

"O setor de aviação tem em 2012 o pior resultado de sua história", afirmou. Segundo o presidente, apenas na Gol o prejuízo este ano será de R$ 1 bilhão. Kakinoff disse que as aeronaves da Webjet, por serem mais antigas, têm consumo 28% maior de combustível, e os combustíveis representam 45% do total dos custos
de uma companhia aérea.

A segunda parte da reunião foi sobre a absorção da malha de voos e de passageiros da Webjet pela Gol. Kakinoff disse que tudo já está ocorrendo "sem transtornos". Ele garantiu que a situação seguirá normal, inclusive na alta temporada.

Sobre aumento de 300% no valor das passagens.

Kakinoff negou a denúncia feita pelo sindicato dos trabalhadores do setor de que, no dia seguinte ao anúncio do fim da marca Webjet, os preços das passagens chegaram a subir até 300%. "A informação não procede", garantiu, após reunião com representantes do governo. Ele salientou a formação de preços no setor aéreo leve em conta duas variáveis: antecedência do voo e ocupação. "O modelo de reajuste leva em conta a data do voo, a previsibilidade", afirmou o executivo.

De acordo com Kakinoff, a comparação do sindicato foi feita entre um voo vazio e outro que estava em plena de capacidade de lotação. Ele disse que, nas tarifas regulares, a diferença de preço não passou de R$ 20, variando numa faixa de R$ 280 a R$ 295, no caso de voos e horários comparáveis. Ele justificou que, com a proximidade da alta temporada e a maior taxa de ocupação das aeronaves, os preços tendem a aumentar. Pelo mesmo critério, nos períodos de baixa temporada, os valores das passagens tradicionalmente caem.

Kakinoff disse que a taxa de aproveitamento de ocupação da Gol será de 76% no final do ano. "Temos ainda 14 pontos porcentuais para serem ocupados, deixando uma margem de 10% de precaução", considerou.

O presidente da Gol afirmou também que não tem ainda uma data agendada com o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, para tratar das 850 demissões, que foram consequência da compra da Webjet pela Gol. Ele disse também que, "possivelmente", esse encontro irá ocorrer. Ontem, um grupo de oito funcionário da Webjet foi ao ministério para pedir que o governo interceda na tentativa de reverter os desligamentos.


ESTADÃO

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